Como a pandemia da Covid-19 impactou a saúde mental da
magistratura e de servidores e servidoras? Essa é a pergunta que a pesquisa
lançada esta semana pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pretende responder.
O levantamento vai identificar possíveis fatores de risco à saúde mental
considerando o atual contexto, inclusive a reação às situações de isolamento ou
confinamento social como forma de prevenção.
Esta é a segunda edição da pesquisa “Saúde Mental de
magistrados(as) e servidores(as) no contexto da pandemia da Covid-19”,
desenvolvida pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do CNJ, a pedido
do Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e
Servidores do Poder Judiciário. O formulário da pesquisa deve ser respondido
até o dia 17 de dezembro e a senha é individual para cada tribunal.
Segundo a coordenadora do Comitê, conselheira Flávia Pessoa,
a ideia é atualizar os dados, comparando com as informações da primeira rodada
da pesquisa, que foi realizada em julho do ano passado. “Contamos com a
participação dos magistrados e servidores para entender como reagimos a esse
período da pandemia. O intuito é contribuir para o bem-estar desse público,
especialmente neste momento de retomada do trabalho presencial.”
Entre os questionamentos, estão como o participante
desenvolveu seu trabalho durante a pandemia (remoto, presencial ou híbrido), se
foi diagnosticado com Covid-19, se tomou a vacina, como avalia a quantidade de
trabalho durante a pandemia e as condições de saúde. A participação na pesquisa
é anônima, sigilosa e voluntária.
Os resultados serão apresentados em fevereiro de 2022,
durante a realização do Seminário Nacional sobre Saúde dos Magistrados e
Servidores do Poder Judiciário. Os dados serão compilados de forma agregada, sem
possibilidade de identificação das pessoas que responderam, e publicados no
Portal do CNJ.
Primeira edição
Em julho de 2020, a pesquisa contou com a participação de
46.788 pessoas. No período, apenas 5,6 % delas desconfiavam que já haviam
contraído a doença ou testado positivo para Covid-19.
Em relação à saúde mental, os resultados mostraram um
cenário preocupante: 47,8% declararam se sentir mais cansados do que antes de a
pandemia começar; 42,3% tiveram piora no humor; 48% tiveram alteração na rotina
do sono e, entre os sentimentos mais intensos, o medo atingia 50% dos
participantes. Outros sentimentos frequentes foram desânimo (36%), gratidão
(33%), vontade de ajudar (32%) e esperança (30%).
Para a retomada do trabalho presencial, as pessoas informaram
que se sentiriam mais seguros se fossem tomadas algumas medidas, como o
fornecimento de equipamentos de segurança, tais como máscara, álcool em gel
etc. (78%); manter servidores considerados grupos de risco em trabalho remoto
(76,6%); fornecimento de testagem prévia antes do retorno presencial (70%);
estabelecer rodízio entre servidores que trabalham no mesmo ambiente (69%); e
manter servidores em trabalho remoto quando morarem com familiares que são
considerados grupo de risco (68,6%).
Os dados da pesquisa 2020 podem ser conferidos no painel
interativo, publicado no Portal do CNJ.